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Economia

Santa Lúcia Madeiras de Campos Novos avalia tarifaço nas exportações do setor, que já sente os efeitos da ameaça dos EUA

A Santa Lúcia Madeiras vende 80% da produção direcionada ao mercado norte-americano.


O setor de extração de madeira e fabricação de móveis em Santa Catarina, um dos mais relevantes da economia estadual, começa a sentir os efeitos da tarifa de 50%, imposta recentemente sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida tem gerado preocupação entre empresários, exportadores e trabalhadores da cadeia produtiva.

Para entender os impactos diretos no mercado local, nosso jornalismo conversou com Alessandro Manica, diretor administrativo da Santa Lúcia Madeiras, empresa com sede em Campos Novos e 40 anos de atuação no setor. Atualmente, a empresa emprega 85 colaboradores diretos e gera cerca de 30 empregos indiretos, e uma área de reflorestamento estimada em 3 mil e 400 hectares.

A Santa Lúcia Madeiras tem os Estados Unidos como principal destino de suas exportações, com aproximadamente 80% da produção direcionada ao mercado norte-americano.
 
Segundo Alessandro Manica, o setor vinha atravessando um período favorável, sem grandes oscilações nos últimos anos. No entanto, o cenário passou a apresentar dificuldades em 2025, com queda na receita e aumento dos custos de produção. 

A cobrança da nova tarifa está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto, mas os efeitos da medida já são sentidos, uma vez que o tempo de transporte até o destino final é de cerca de 30 dias, observa Manica.

Entre os produtos mais afetados estão madeira serrada — principal item exportado pela empresa —, além de painéis, compensados e móveis de madeira. Para mitigar os efeitos da medida, a empresa está revisando preços, negociando com parceiros americanos e avaliando a possibilidade de diversificar mercados e produtos.

O diretor acredita que a solução passa pela via diplomática. “Essa tarifa pode e deve ser revertida por meio de negociações entre os governos. A medida prejudica não apenas o Brasil, mas também empresas e consumidores norte-americanos que dependem dos nossos produtos”, observa.

Confira a entrevista


Data: 25/07/2025 18:23:18